JULHO, AGOSTO E SETEMBRO
JULHO
DIA | HORA(TL)* | FENÔMENO |
01 | 00h | Mercúrio em conjunção inferior |
02 | 15 | Antares em conjunção com a Lua a 6.5° S |
04 | 08 | Terra no afélio |
05 | 01h44min | Lua Cheia (eclipse penumbral, visível no Brasil) |
19 | Júpiter em conjunção com a Lua a 2° N | |
06 | 06 | Saturno em conjunção com a Lua a 2.5° N |
10 | 08 | Netuno em conjunção com a Lua a 4° N |
11 | 18 | Marte em conjunção com a Lua a 2° N |
20 | Vênus em conjunção com Aldebaran a 1° N | |
12 | 02 | Mercúrio estacionário |
16 | Lua no apogeu (404199 km da Terra) | |
20h29min | Lua Quarto Minguante | |
14 | 04 | Júpiter em oposição ao Sol |
11 | Urano em conjunção com a Lua a 3.5° N | |
16 | 21 | Aldebaran em conjunção com a Lua a 4° S |
17 | 03 | Vênus em conjunção com a Lua a 3° S |
19 | 01 | Mercúrio em conjunção com a Lua a 4° S |
20 | 05 | Pollux em conjunção com a Lua a 4.5° N |
14h33min | Lua Nova (início da lunação 1207) | |
19 | Saturno em oposição ao Sol | |
22 | 13 | Mercúrio na máxima elongação (20° W) |
20 | Regulus em conjunção com a Lua a 4° S | |
25 | 02 | Lua no perigeu (368361km da Terra) |
27 | 09h33min | Lua Quarto Crescente |
26 | 15 | Spica em conjunção com a Lua a 7° S |
29 | madrugada | Máximo das chuvas de meteoros Alfa |
Capricórnidas e Delta Aquáridas Sul | ||
29 | 22 | Antares em conjunção com a Lua a 6° S |
AGOSTO
DIA | HORA(TL) | FENÔMENO |
01 | 20h | Júpiter em conjunção com a Lua a 1.5° N |
02 | 11 | Saturno em conjunção com a Lua a 2.5° N |
03 | 12h59min | Lua Cheia |
06 | 15 | Netuno em conjunção com a Lua a 4° N |
08 | madrugada | Máximo da chuva de meteoros Pisces Austrálidas |
09 | 05 | Marte em conjunção com a Lua a 0.7° N |
(ocultação visível no Brasil) | ||
10 | Lua no apogeu (404659 km) | |
10 | 20 | Urano em conjunção com a Lua a 3.5° N |
11 | 13h45min | Lua Quarto Minguante |
12 | 23 | Vênus na máxima elongação (46° W) |
13 | 06 | Aldebaran em conjunção com a Lua a 4° S |
15 | 10 | Vênus em conjunção com a Lua a 4° S |
13 | Urano estacionário | |
16 | 15 | Pollux em conjunção com a Lua a 4.5° N |
17 | 12 | Mercúrio em conjunção superior |
18 | 23h42min | Lua Nova (início da lunação 1208) |
19 | 02 | Mercúrio em conjunção com a Lua a 3° S |
05 | Regulus em conjunção com a Lua a 4° S | |
20 | 00 | Mercúrio em conjunção com Regulus a 1.3° N |
21 | 08 | Lua no perigeu (363513 km da Terra) |
22 | 22 | Spica em conjunção com a Lua a 7° S |
25 | 14h58min | Lua Quarto Crescente |
26 | 03 | Antares em conjunção com a Lua a 6° S |
28 | 22 | Júpiter em conjunção com a Lua a 1.5° N |
29 | 17 | Saturno em conjunção com a Lua a 2° N |
SETEMBRO
DIA | HORA(TL) | FENÔMENO |
02 | 02h22min | Lua Cheia |
21h | Netuno em conjunção com a Lua a 4° N | |
06 | 01 | Marte em conjunção com a Lua a 0.02° N |
(ocultação rasante visível em Alegrete, RS) | ||
02 | Lua no apogeu (405607 km da Terra) | |
07 | 03 | Urano em conjunção com a Lua a 3° N |
09 | 14 | Aldebaran em conjunção com a Lua a 4° S |
Marte estacionário | ||
10 | 06h26min | Lua Quarto Minguante |
11 | 17 | Netuno em oposição ao Sol |
12 | 20 | Júpiter estacionário |
13 | 00 | Pollux em conjunção com a Lua 4° N |
14 | 03 | Vênus em conjunção com a Lua a 4.5° S |
15 | 15 | Regulus em conjunção com a Lua a 4° S |
17 | 08h00min | Lua Nova (início da lunação 1209) |
18 | 11 | Lua no perigeu (359082 km da Terra) |
23 | Mercúrio em conjunção com a Lua a 6° S | |
19 | 06 | Spica em conjunção com a Lua a 6.5° S |
22 | 09 | Antares em conjunção com a Lua a 6° S |
22 | 09 | Mercúrio em conjunção com Spica a 0.3° N |
10h31min | Equinócio de Setembro (início da primavera para o hemisfério sul) | |
23 | 22h55min | Lua Quarto Crescente |
25 | 04 | Júpiter em conjunção com a Lua a 1.5° N |
18 | Saturno em conjunção com a Lua a 2.5° N | |
28 | 23 | Saturno estacionário |
30 | 02 | Netuno em conjunção com a Lua a 4° N |
*Tempo Legal do fuso -3h
Eventos em negrito são de destaque durante o período.
Para mais informações sobre os fenômenos listados aqui, recomendamos a consulta do Anuário Astronômico Catarinense 2020, de autoria de Alexandre Amorim. Pedidos para: costeira1@yahoo.com.
DESTAQUES DEEP-SKY
JULHO
EXPLORANDO O CENTRO GALÁCTICO
Nas primeiras horas das noites geladas de julho, o bojo central da nossa galáxia, a Via Lactea, situa-se próximo ao zênite, para observadores na latitude 30 graus sul.
Numa noite sem Lua, deite-se em uma cadeira reclinável de praia, e inspecione com atenção os riquíssimos campos estelares nas vizinhanças da cauda de Scorpius (Escorpião) e Sagittarius (Sagitário). Veja como a banda leitosa da Via Lactea se alarga, bifurcada por uma grande fenda escura, na realidade um complexo denso de nuvens moleculares gigantes, frias e opacas, que se interpõem entre nós e o coração da Galáxia.
Um passeio atento e vagaroso por toda esta área, feito com a ajuda de um binóculo, revela uma multidão de aglomerados estelares, tanto abertos quanto globulares. Os aglomerados abertos nasceram, todos, daquelas nuvens moleculares. Você também perceberá diversos focos nebulosos, principalmente em Sagittarius. São regiões de hidrogênio ionizado, formadoras de novas gerações de estrelas.
Se olhássemos nossa galáxia de perfil desde 30 milhões de anos-luz de distância, veríamos algo muito semelhante à galáxia da Figura 1, conhecida como NGC 891, situada na constelação de Andromeda (Andrômeda). Esta galáxia é praticamente uma gêmea da Via Lactea, com tipo morfológico Sb, e um disco com 120 mil anos-luz de diâmetro, apenas 20% maior que o nosso disco galáctico.
Como o Sol dista apenas 26 mil anos-luz do centro da Galáxia, o que vemos no céu é o que também está retratado na Figura 2.
AGOSTO
PATOS SELVAGENS
No início das noites de agosto, mirando a nordeste, enxergamos Altair, estrela mais brilhante da constelação de Aquila (Águia), o sinaleiro da primavera.
Acima de Aquila, uma pequena região situada sobre uma rica porção da Via Láctea assinala a posição da constelação de Scutum (Escudo), inventada no século XVII pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius (1611 – 1687).
Uma inspeção binocular revelará de imediato o aglomerado estelar NGC 6705 (M-11), avistado pela primeira vez pelo astrônomo alemão Gottfried Kirch (1639 – 1710) em 1681. Com magnitude total 5.8 e 23′ de diâmetro aparente, ele se destaca pela elevada densidade de estrelas, e pela forma grotescamente triangular, o que lhe valeu o apelido de “aglomerado dos patos selvagens”, por lembrar um bando daquelas aves em voo.
A idade estimada deste aglomerado é de 316 ± 50 milhões de anos e a sua distância, 6120 anos-luz. Embora classificado como aglomerado aberto, M 11 é um dos poucos aglomerados estelares que parecem compor uma pequena população difusa de cúmulos intermediários, nem abertos nem globulares. NGC 6705 reúne 11 mil massas solares dentro de um volume de espaço de 95 anos-luz de raio.
A sua visualização através de pequenos telescópios de campo largo, munidos com oculares de pouco aumento, revela-se espetacular.
SETEMBRO
O QUADRADO DE PEGASUS
As estrelas de segunda magnitude Alpha (Markab), Beta (Sheat), e Gamma Pegasi (Algenib), desenham, junto com Alpha Andromedae (Alpheratz), a figura de um grande quadrado, na área da constelação de Pegasus (Pégaso), o Cavalo Alado. Este asterismo levanta-se no céu a nordeste durante as primeiras horas das noites de setembro, espantando com seu trotear às aves celestiais de inverno (Cygnus, o Cisne, e Aquila, a Águia).
Alpha Pegasi é uma estrela subgigante branca, distanciada 133 anos-luz. Seu antigo nome árabe faz alusão à sela do cavalo. Beta Pegasi é vermelha, e varia semiregularmente de brilho, entre as magnitudes 2.31 e 2.74 num período de 43.3 dias Seu nome próprio, também de etimologia arábica, deriva de Al Sā‘id, e significa “o braço superior”. A sua distância é avaliada em 196 anos-luz.
Gamma Pegasi é subgigante branco-azulada, a 390 anos-luz. Exibe pequenas e rápidas flutuações de brilho (magnitude 2.78 a 2.89) num período de apenas 3.642 horas.
O último vértice do quadrado é ocupado por Alpha Andromedae (ex-Delta Pegasi) cujo velho nome próprio árabe significa “o umbigo da égua”. Ela é a mais próxima das estrelas deste asterismo, distando apenas 97 anos-luz. Possui cor branco-azulada, também é subgigante, e brilha 200 vezes mais que o Sol. Além disso, é uma binária espectroscópica, onde a estrela principal mostra anomalias de composição química, ademais de microvariabilidade de brilho.
Você pode usar o Quadrado de Pégaso para estimar a magnitude limite do seu céu. Existem surpreendentemente poucas estrelas dentro desta área. A mais brilhante é Upsilon Pegasi, com magnitude 4.52. Outras estrelas aí são Tau Pegasi (magnitude 4.60), Psi Pegasi (4.76), e Phi Pegasi (5.07). Se a magnitude limite for ao redor de 4.5, o par aparente formado por Upsilon e Tau Pegasi deve estar visível. Com limite de magnitude 5.0, Phi Pegasi deve ser perceptível no limite de sensibilidade do olho, enquanto que num céu de magnitude limite 6, a estrela 85 Pegasi (magnitude 5.8) deve ser visível, juntamente com mais 12, todas dentro da área do quadrado. Entre estas, enumeram-se 71 Pegasi (5.3), 56 Pegasi (4.7), e 75 Pegasi (5.5).