JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO
JANEIRO
DIA HORA (TL)* FENÔMENO
01 20h00min Lua no perigeu (358037 km da Terra)
02 15h33min Lua Nova (início da lunação 1225)
03 18h Máximo da chuva de meteoros Quadrântidas
22h Mercúrio em conjunção com a Lua a 3.1o N
04 04h Terra no periélio (0.98333 UA do Sol)
14h Saturno em conjunção com a Lua a 4.2o N
05 21h Júpiter em conjunção com a Lua a 4.5o N
07 08h Mercúrio na máxima elongação Leste (19.2o)
08 22h Vênus em conjunção inferior
09 15h11min Lua Quarto Crescente
13 01h Mercúrio em conjunção com Saturno a 3.4o N
01h19min Lua no Nodo Ascendente
14 06h27min Lua no apogeu (405806 km da Terra)
15 20h Mercúrio no periélio
17 13h Pollux em conjunção com a Lua a 2.6o N
20h49min Lua Cheia (“Lua depois do Natal”, ou “Lua Velha”)
23 03h Vênus no periélio
07h Mercúrio em conjunção inferior
25 10h41min Lua Quarto Minguante
27 03h14min Lua no Nodo Descendente
20h Antares em conjunção com a Lua a 3.7o S
29 12h Marte em conjunção com a Lua a 2.4o N
30 04h09min Lua no perigeu (362250 km da Terra)
FEVEREIRO
DIA HORA(TL) FENÔMENO
01 02h46min Lua Nova (início da lunação 1226)
02 18h Júpiter em conjunção com a Lua a 4.3o N
04 16h Saturno em conjunção com o Sol
08 10h50min Lua Quarto Crescente
09 03h12min Lua no Nodo Ascendente
10 23h39min Lua no apogeu (404897 km da Terra)
13 20h Pollux em conjunção com a Lua a 2.6o N
16 13h57min Lua Cheia (“Lua do Lobo, da Neve, ou da Fome”)
18h Mercúrio na Máxima Elongação Oeste (26.3o)
23 03h54min Lua no Nodo Descendente
19h32min Lua Quarto Minguante
24 02h Antares em conjunção com a Lua a 3.5o S
26 19h18min Lua no perigeu (367787 km da Terra)
27 06h Marte em conjunção com a Lua a 3.5o N
28 17h Mercúrio em conjunção com a Lua a 3.7o N
20h Mercúrio no afélio
21h Saturno em conjunção com a Lua a 4.3o N
MARÇO
DIA HORA(TL) FENÔMENO
02 13h Mercúrio em conjunção com Saturno a 0.7o S
14h35min Lua Nova (início da lunação 1227)
05 10h Júpiter em conjunção com o Sol
08 05h22min Lua no Nodo Ascendente
10 07h45min Lua Quarto Crescente
20h05min Lua no apogeu (404268 km da Terra)
13 04h Pollux em conjunção com a Lua a 2.4o N
08h Netuno em conjunção com o Sol
16 01h Vênus em conjunção com Marte a 3.9o N
18 04h17min Lua Cheia (“Lua da Quaresma, ou do Corvo”)
20 07h Vênus na Máxima Elongação Oeste (46.6o)
12h33min Equinócio de Outono
22 05h12min Lua no Nodo Descendente
23 08h Antares em conjunção com a Lua a 3.2o S
20h28min Lua no perigeu (369764 km da Terra)
25 02h37min Lua Quarto Minguante
28 00h Marte em conjunção com a Lua a 4.1o N
09h Saturno em conjunção com a Lua a 4.4o N
11h Vênus em conjunção com a Lua 6.5o N
22h Vênus em conjunção com Saturno a 2.1o N
30 12h Júpiter em conjunção com a Lua a 3.9o N
* Tempo Legal do fuso -3h
Eventos em negrito são de destaque durante o período.
Para mais informações sobre os fenômenos listados aqui, recomendamos a consulta do Anuário Astronômico Catarinense 2022, de autoria de Alexandre Amorim. Pedidos para: costeira1@yahoo.com. Assista também à Oficina de Astronomia® 471, que estará disponível no canal da Rede Omega Centauri no Youtube.
DESTAQUES DEEP-SKY
A ESTAÇÃO DAS TARÂNTULAS
O solstício do verão austral coincide com o auge do período de acasalamento das aranhas caranguejeiras (pertencentes à família Theraphosidae), ou tarântulas, como são conhecidas no hemisfério norte. Existem cerca de 900 espécies catalogadas em todo o mundo, e cerca de 300 ocorrem no Brasil. É no verão que apresentam maior mobilidade. Aqui em minha residência, situada em ambiente rural, contabilizo cerca de uma por dia nesta época do ano. Às vezes duas. Uma vez contei três, dentro de um intervalo de apenas 24 horas!
Pretas, grandes e peludas, as tarântulas podem atingir mais de 25 cm de envergadura, mas não possuem comportamento agressivo. Costumam ser pacíficas, a menos que sejam molestadas. Se você avistar uma, deixe-a seguir seu caminho em paz. Elas contribuem para o controle da população local de insetos. A sua picada pode ser muito dolorosa, mas seu veneno não é ativo para o homem, embora seus pelos possam produzir alergia, se entrarem em contato com a mucosa nasal.
Certa feita, num intervalo de trabalho no antigo Observatório do Morro Santana, em Porto Alegre, pertencente ao Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, saí para fora da cúpula numa noite quente para respirar um pouco de ar puro. Quando dei por conta, em meio ao escuro, uma delas estava parada bem ao lado dos meus pés. Creio que me observava. Acho que estava curiosa.
Há quem as crie como animais “domésticos”. Prefiro admirá-las na natureza, desfilando livres e tranquilas.
JANEIRO
NGC 2070 – A NEBULOSA DA TARÂNTULA
Inicialmente confundido com uma estrela (30 Doradus), a verdadeira natureza deste objeto magnífico foi estabelecida em 1751 pelo astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille (1713 – 1762). A sua distância é estimada em 160 mil anos-luz. O diâmetro real supera a casa dos 900 anos-luz, correspondendo a dimensões angulares de 40′ x 25′. Alguns dos filamentos gasosos alcançam 1800 anos-luz de comprimento.
As dimensões superlativas desta região de hidrogênio ionizado (H II) de oitava magnitude a tornam uma visão espetacular em telescópios das mais variadas aberturas. Seus tentáculos retorcidos e brilhantes, entremeados por nebulosas escuras de absorção, lembram as pernas de uma aranha, daí seu apelido.
Se esta nebulosa estivesse situada na mesma distância da Grande Nebulosa de Órion (M 42), seu brilho aparente seria o triplo do planeta Vênus, tão intenso que projetaria sombras! De fato, a nebulosa da Tarântula constitui a maior e mais ativa região de formação explosiva de estrelas em todo o Grupo Local de galáxias.
No coração ionizado da Tarântula, reside o aglomerado estelar compacto R 136, cuja massa total é estimada em nada menos que 450 mil massas solares! A própria supernova 1987A explodiu num ponto situado próximo à periferia de NGC 2070. Diversos remanescentes de supernovas revelam-se associados a esta conturbada região extragaláctica, onde o drama do nascimento, vida e morte das estrelas se desenrola ainda hoje perante nossos olhos.
FEVEREIRO
AGLOMERADO GLOBULAR EM LEPUS
M 79 (ou NGC 1904) é um aglomerado estelar do tipo globular localizado na parte sul da constelação de Lepus (Lebre), aproximadamente meio grau a nordeste da estrela binária de quinta magnitude 41 Leporis. Possui magnitude 8.6 e apenas 8.7’de diâmetro aparente. A distância está determinada em 42 mil anos-luz. Ele foi assinalado pela primeira vez em 1780 pelo astrônomo francês Pierre François André Méchain (1744 – 1804). Sua idade é estimada em 11.7 Ga.
É possível que este aglomerado não seja originalmente um habitante nativo do halo galáctico, e sim membro integrante da galáxia anã Canis Major, que atualmente experimenta uma passagem muito próxima à Via Lactea, sofrendo intensas forças deformantes de maré.
Visto através de um pequeno telescópio, este objeto revela-se difuso, circular, e pouco luminoso.
MARÇO
IC 2602 – PLÊIADES AUSTRAIS
Aglomerado estelar do tipo aberto, situado ao redor da estrela de terceira magnitude Theta Carinae. Dista 550 anos-luz. A magnitude integral de 1.9 garante sua visibilidade a olho-nu. Porém, é recomendável o emprego de um binóculo, ou de um telescópio de curta distância focal, equipado com uma ocular de baixo aumento e grande campo angular, para poder apreciá-lo em toda a sua beleza, porque mede cerca de um grau de diâmetro.
O astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille (1713 – 1762) foi o primeiro a descrevê-lo, no período entre 1750 e 1754, quando esteve observando o céu austral no Cabo da Boa Esperança, na atual África do Sul.
Em seu Atlas Celeste (1990, sétima edição, Editora Vozes, Rio de Janeiro), o astrônomo brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935 – 2014) descreve este objeto como verdadeiramente espetacular: num fundo escuro destaca-se uma ilhota leitosa composta por estrelas que, por serem muito brilhantes, são chamadas de diamantes celestes; destacam-se aí estrelas de diversas colorações, num belo contraste colorido.