Luiz Augusto L. da Silva*
As duas imagens capturadas pelo autor no início da noite em sua residência rural, Tranquility Base, no interior do município de Novo Hamburgo, sul do Brasil, em Mar. 25, 2021, às 23h39-40min TU (Figs. 1 e 2) mostram a atividade elétrica (relâmpagos distantes, sem trovoadas audíveis) presente nos topos de nuvens Cumulonimbus (Cb) integrantes de um cluster de células de tempestades situado no triângulo compreendido pelas cidades gaúchas de Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul e Passo Fundo, a uma distância aproximada de 150 km a noroeste da posição do observador (ver Fig. 3).
O quadro meteorológico vigente na oportunidade era pré-frontal, com risco de tempestade 5.1 na escala descrita em da Silva (2019 – A Personal Atlas of Clouds and Atmospheric Optics, Rede Omega Centauri, Ref. ωκ-SP-2019.02), e na publicação Storm Risk Scale – Fast Reference Chart (ref. ωκ-SP-2020.07).
Com efeito, o referido aglomerado de tempestades, deslocando-se no sentido WNW – ESE, com velocidade estimada ao redor de 50-80 km/h, atingiu a posição do observador produzindo uma tempestade moderada com frente de rajadas e precipitação pluviométrica acumulada de 12.4 mm entre 01h30min e 02h30min TU de Mar. 26, 2021, ademais de intensa atividade elétrica e trovoadas (86 descargas detectadas dentro daquele período). As tempestades decaíram em seguida, no início da madrugada, a caminho do litoral, entre as cidades de Porto Alegre e Tramandaí (veja a Fig. 4).
* Luiz Augusto L. da Silva é astrônomo, e desde 1973 também se interessa por meteorologia.
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