Como seria dar uma volta ao mundo num piscar de olhos? Ou viajar até a Lua num suspiro? Que tal um bate-volta até o Sol durante o intervalo da aula? Nada disso seria problema se pudéssemos pegar carona numa onda de luz. Isso porque ela se move a pouco mais de 1 bilhão de quilômetros por hora (1 seguido de nove zeros).
Agora imagine se você pudesse viajar nessa velocidade durante um ano inteiro, sem reduzir ou parar em nenhum instante. A distância que você percorreria é o que se chama de 1 ano-luz. Significa que “anos-luz” não é medida de tempo, mas de distância. Para quem gosta de números, vale dez trilhões de quilômetros (o número 1 seguido de treze zeros). Isso é um ano-luz.
Se por um lado a rapidez da luz pode impressionar, por outro lado revela algo tão útil quanto estranho. Útil porque através dela podemos medir enormes distâncias entre as estrelas e galáxias. Estranho porque nos permite observar o passado do Universo. A luz é muito rápida, mas não é instantânea. Quer dizer que ela demora certo tempo para ir de um lugar até outro.
Quando consideramos a vastidão do espaço, a luz pode parecer um tanto lenta. Se quiséssemos viajar até a estrela mais próxima, mesmo na velocidade da luz, levaríamos pouco mais de quatro anos. Já se a nossa meta fosse mais ambiciosa e desejássemos visitar a galáxia vizinha, nessa mesma velocidade, demoraríamos dois milhões de anos. Significa que hoje enxergamos esta estrela quatro anos no passado e aquela galáxia como era a dois milhões de anos atrás. Isso porque esse foi o tempo que a luz levou para viajar de lá até aqui.
Então,
quando se diz que as distâncias até Alfa Centauri e Andrômeda são,
respectivamente, 4 anos-luz e 2 milhões de anos-luz, significa que este foi o
tempo que a luz levou para sair de lá e chegar até aqui. Implica também que
estamos enxergando estes objetos como eram no passado. Além de ser uma régua
confiável para medir grandes distâncias no Universo, a luz também nos permite
observar o seu passado!